sábado, 5 de julho de 2014

Vento Matreiro


Hoje vou sair, passear, namorar, hoje vou me divertir.
Quero um dia feliz, conversar, gargalhar... Quero apenas sorrir.

Vou esquecer o passado e cada um dos amores, que por lá ficaram enterrados junto com as minhas dores.
Mas quem sabe um dia, um dejavu, um cinema, para alguém eu dê flores...

Mas hoje não, hoje vou me esbaldar, curtir, corar o rosto a luz do sol, deixar voar meus cabelos ao vento.
E a noite cantar, dançar, ser feliz até o amanhecer.
E depois vou dormir um sono de anjo na relva ao relento.

Quem sabe depois, em uma rua ou esquina qualquer, não me encontre o amor.
Ah o amor... Daqueles de filme, sabe? com final feliz, passeio de mãos dadas e livre de angustias, apenas amor. Mas mesmo que eu vivesse uma vida inteira repleta apenas de bons momentos, ainda assim, seria pouco o tempo pra acalmar minha dor.

E com os anos vindouros, vou citar os exemplos de sonhos perdidos, não vividos, enterrados ou levados ao vento.
Matreiro, maroto, ordinário. Sorrateiro, este vento, que afastou e prendeu, escondendo de mim, meu amor, minha vida em algum convento.

                                                                Fábio Baptista

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